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Agronegócio e indústria de MS podem lucrar com guerra comercial EUA-China

Grandes setores de Mato Grosso do Sul, como a indústria e o agronegócio, podem se beneficiar com as altas taxações dos Estados Unidos sobre a China. Representantes dos setores no estado avaliam com bons olhos as mudanças, que podem resultar em acordos comerciais mais robustos entre o estado brasileiro e o país asiático.

Na indústria, o momento pode representar uma oportunidade estratégica para o estado, de acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS), Sérgio Longen.

“Estamos atentos a essas taxas que podem comprometer alguns setores no Brasil, em especial do nosso estado, mas entendemos que há oportunidades que podem ser construídas com essa sobretaxa americana sobre os produtos chineses”, afirmou.

Segundo o presidente, a medida adotada pelo governo americano pode favorecer setores estratégicos da economia do estado.

“São oportunidades muito boas para o mercado de Mato Grosso do Sul. Esperamos que, nos próximos dias, possamos avaliar de forma mais clara quais setores serão positivamente impactados e quais, pontualmente, poderão ser afetados negativamente, mas acredito que, no Brasil, podemos ganhar competitividade”, ressaltou.
Para o setor do agronegócio, o aumento das tarifas também pode beneficiar o mercado no fornecimento de soja para a China. De acordo com a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja), o momento é favorável para Mato Grosso do Sul ampliar a presença internacional, visto que os países impactados pelas taxações americanas buscam fornecedores alternativos.

Para a associação, o estado tem condições de escoamento, qualidade de produção e regularidade de fornecimento para atender à demanda chinesa. Mato Grosso do Sul colheu mais de 12 milhões de toneladas de soja na safra 2023/2024, e tem expectativa de colher mais de 14 milhões de toneladas na safra 2024/2025.

Exportações na indústria
No setor industrial, a China foi a principal compradora em 2024. O valor total exportado para o país asiático chegou a US$ 4,5 bilhões, com um volume de 9,2 milhões de toneladas. Os principais produtos exportados foram a soja, chegando a 54,5% no valor total, seguido de pastas químicas de madeira, com 32,4%, e carnes desossadas de bovino congeladas, com 6,8% do valor total.

De janeiro a março deste ano, a receita de exportação para a China alcançou US$ 658,1 milhões.

Já a receita de exportação para os países compradores alcançou US$ 669,1 milhões em março deste ano. O montante representa um crescimento de 52% em relação ao mesmo mês de 2024. Os dados são da Fiems.

O resultado de março foi o melhor já registrado para o mês em toda série histórica. Além disso, a indústria foi responsável por 60% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul no mesmo período.

Receita com exportações de janeiro a março de 2025:

Celulose e papel – US$ 922,5 milhões
Complexo frigorífico – US$ 473,2 milhões
Óleos vegetais e produtos de extração US$ 173,9 milhões
Extrativo Mineral – US$ 85,9 milhões
Açúcar e álcool – US$ 82,1 milhões
Couros e peles – US$ 24,7 milhões
Alimentos e bebidas – US$ 17,5 milhões
Siderurgia, metalurgia e metalmecânica – US$ 15,9 milhões
Demais pontos industriais – US$ 32,6 milhões

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