A indústria de processamento de eucalipto para produção de papel e celulose deve investir US$ 5,4 bilhões, o equivalente a R$ 31 bilhões, nos próximos sete anos, no Vale da Celulose, em Mato Grosso do Sul. A projeção consta de relatório da XP Investimentos que mapeou expectativas de novos projetos no estado nos próximos sete anos, pelo menos.
Os especialistas da agência financeira informam que esses recursos são para construção de uma nova fábrica com capacidade de 2,5 milhões de toneladas de celulose. Estima-se que a produção deverá dobrar, embalada pela crescente demanda da China, que vem impulsionado os projetos na América Latina.
As regiões mais promissoras para receber esses novos investimentos são o Norte de Inocência e Sul de Bataguassu, onde existem terras mais acessíveis em meio à concorrência de outras culturas agrícolas na região.
Hoje a maioria das plantações de eucalipto concentra-se na região Leste do estado, onde o cultivo concorre com a soja, pastagens e, em menor escala, com cana-de-açúcar. As terras mais valorizadas ficam em Água Clara e Três Lagoas, com preços variando entre R$ 25 mil e R$ 30 mil por hectare, conforme o relatório da XP.
Estão presentes no estado indústrias da Eldorado, da Suzano, da Arauco e, mais recentemente, da Bracell, cuja fábrica encontra-se em processo de licenciamento em Bataguassu.
A instituição financeira considera a Suzano, que já possui fábricas no estado, e a Klabin, como as empresas com maior potencial de aproveitar esse novo cenário. A Klabin ainda não possui fábricas em Mato Grosso do Sul, mas realiza estudos de material genético florestal na região a fim de avaliar a qualidade dos eucaliptos no estado. Procurada pela reportagem, a empresa não respondeu.
Sem falar de investimentos futuros, a Suzano informou que possui capacidade instalada para produzir cerca de 5,8 milhões de toneladas de celulose ao ano em Mato Grosso do Sul, somando as unidades de Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas, com a geração de 9 mil postos de trabalho diretos na região, entre próprios e terceiros. Com a nova fábrica em Ribas do Rio Pardo, a Suzano ampliou sua produção global de celulose em cerca de 20%.