De acordo com o órgão, o salário mínimo deveria ser mais que o quádruplo do valor atual (R$ 1.518) para custear as despesas de um trabalhador e sua família
Comer tem pesado cada vez mais no bolso do trabalhador brasileiro. Em março de 2025, mais da metade da renda líquida de quem ganha um salário mínimo foi usada apenas para comprar alimentos básicos, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada em abril. O órgão estima que o piso ideal para suprir todas as necessidades de uma família no país deveria ser de R$ 7.398,94 — quase cinco vezes o valor em vigor, de R$ 1.518. O estudo mostra que, quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, o trabalhador remunerado pelo mínimo comprometeu em média 52,24% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos em março de 2025.
Em fevereiro, o comprometimento havia ficado em 51,46% da renda líquida. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, março de 2024, o percentual ficou em 53,29%. Em março de 2025, o custo da cesta básica da cidade de São Paulo foi o maior entre as 17 cidades pesquisadas, chegando a R$ 880,72, aumento de 2,35% em relação a fevereiro. Na comparação com março de 2024, o preço subiu 8,30% e acumulou alta de 4,69% nos três primeiros meses do ano. Já o menor valor da cesta básica foi registrado em Aracaju (R$ 569,48).